03 março 2006

Cheirando a própria bota - Capítulo Dois


Quando foi a última vez que você ficou maravilhado com uma descoberta? Já faz um tempo? Nem se lembra?

Parece que infelizmente a falta de descobertas no dia-a-dia afeta e muito a nossa motivação. Sabe-se que devemos fazer as coisas com amor e dedicação. Mas para isso é necessário ter motivação. Uma dessas motivações são as descobertas que fazemos no nosso dia-a-dia.

Quando criança, existem muitas coisas novas em nossas vidas. É uma fase onde pouco sabemos das regras da sociedade ou mesmo regras da física clássica. O que descobrimos, interpretamos com o mais natural do nosso compreendimento, começamos a entender as coisas sem ao menos saber explicá-las. Mas ficamos maravilhados com a descoberta e tentamos saber mais sobre.

Assim acho que os antigos estudiosos pensavam. Sir Isaac Newton, pai da física clássica, Aristóteles, um dos mais importantes matemáticos da antiguidade, Galileo Galilei, um dos pais da astronomia e entre outros. Estes estudiosos não tinham a quantidade de informação que hoje todos nós temos. No entanto eles fizeram as descobertas mais importantes que nós conhecemos hoje. Hoje, temos milhares e milhares de informações, uma infinidade de livros escritos, conhecimento transmitidos por várias formas de comunicação. Ou seja, temos praticamente o que os antigos cientistas desejavam: respostas para suas perguntas.

Temos hoje a melhor fonte de informação e podemos obtê-las a qualquer hora. Mas algo ficou perdido no tempo. Hoje temos as respostas, mas não temos mais perguntas. Uma vez que a humanidade está confortável em saber que existem respostas para as suas perguntas de forma fácil, perdeu-se a vontade de descobrir. Talvez o grande drama de hoje seja em descobrir as perguntas e não mais as respostas.

Redescobrir a fonte de perguntas que estava perdida é um dos objetivos deste blog. Todo tema aqui presente, (ou na sua grande maioria) está escrito de forma a desconsiderar os rigores do mundo científico e tentar se aproximar mais do leitor na sua forma natural de compreensão.

Por exemplo, por que não falarmos de um pudim? Sim, podemos pedir para a nossa mãe fazer um para então simplesmente nos deliciarmos com a guloseima. Mas as pessoas em sua grande maioria esquecem de todo conhecimento em volta do pudim. Por que o preparo do pudim é tão complicado. Como que ingredientes tão básicos tais como ovos e leite podem se tornar em uma sobremesa tão gostosa e outras questões que poderão surgir.

Questionar é preciso sempre. Se conformar com o presente jamais. Estar inquieto, sempre em busca de algo novo é fundamental. Talvez possa ser até uma questão de vida ou morte. E aí? Já fez a sua descoberta hoje?

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