06 abril 2018

Gothan diz adeus ao Batman - parte 1

A cidade de Gothan estava com um índice de criminalidade altíssima e só não era pior porque o super-herói Batman reduzia essas estatísticas. Dia após dia, o mascarado Bruce Wayne andava pelas noites e prendia os malfeitores que lotavam as celas da delegacia. Infelizmente, por conta de falhas no sistema jurídico, muitos desses malfeitores eram soltos e retornavam ao seu ciclo de crimes. Assim se configurava o eco-sistema da criminalidade da cidade de Gothan.

Até que um dia, o bem-sucedido empresário Bruce Wayne adoeceu por conta de uma gripe H3N2 e ficou acamado. O resultado disso foi um aumento drástico dos casos de delitos que variam de furtos, roubos, estupros e até assassinatos. A polícia até então mal-acostumada de ser criticada, tornou-se alvo de revoltas populares e que por conta da repressão, passaram a trabalhar menos. Então estava instaurada o caos da cidade.

No entanto, como qualquer cidade, Gothan recebia inúmeros visitantes dos mais diversos lugares e culturas. Um dia, ela recebeu um inusitado visitante asiático trajando um manto laranja, carregando um colar de bolinhas de madeira, uma trouxa pequena com um lanche exótico e um chapéu de cone para protegê-lo da chuva. Ao chegar na cidade, viu a arquitetura imponente que quase dizia: "Você é nada aqui". A priori, a própria recepção da cidade não era acolhedora como a vila onde nasceu.

Em um beco, avistou um pequeno garoto sendo maltratado por outros garotos maiores. O pequeno garoto se mostrava oprimido e chorava implorando para que os outros garotos o deixassem. Com um sotaque carregado, o monge diz: "Deixem o garoto em paz. Não entendem o que ele está dizendo?". Os garotos olham desconfiados em direção ao monge alaranjado e começam a ameaçá-lo: "O que você quer kung-fu? Vai embora pra China de onde veio!". O monge então retruca: "Logo entendo que você não é bom da cabeça. Kung-fu é uma arte, e não o meu nome e eu não vim da China, mas sim do Nepal". O garoto maior fica nervoso com a resposta e mostra sua total imbecilidade o atacando. Mas o monge como um vento desvia dos golpes do garoto e ao notar o seu cansaço, o imobiliza com as pontas de dois dedos fazendo-o gemer de uma dor insuportável. Os outros garotos ao verem o seu líder ser derrotado, partem para cima do monge também. Mas como era esperado, todos são derrotados como se tivessem tentado bater o nada. Atordoados, os malfeitores fogem até desaparecerem no fim do beco.

O garoto acuado ficou admirado com os movimentos do monge e logo disse: "Por favor, me ensine a sua luta!". Sabiamente o monge responde: "Seu coração é bom, mas ainda o seu espírito é vazio. Primeiro agradeça por te livrar do medo que passou". O garoto sem jeito agradece o monge. "Por favor, me ensine a lutar como você". O monge responde: "Não posso te ensinar a lutar sem que esteja preparado". "Como assim? Eu estou preparado! Não quero mais sofrer isso como todos os dias...". "Hmm, você enfrenta isso todos os dias?". "Sim... Eu estou cansado de apanhar e perder o dinheiro da minha mãe". "Então porque você não se protege?" "Por que eu não sei me proteger".

continua...